A “Cidade Maravilhosa” e as Olimpíadas
Professor Nazareno*
A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional para sediar as Olimpíadas de 2016. Ganhou da norte-americana Chicago, de Tóquio, a pacata capital do Japão e da civilizada Madri, capital espanhola e principal cidade da península Ibérica. O Presidente Lula, Pelé, o prefeito carioca, o governador do Estado além de várias outras autoridades e esportistas se fizeram presentes em Copenhague, na Dinamarca, para iniciar uma festa que só terminará daqui a sete anos e consumirá muitos bilhões de reais do já falido erário público.
Utilizar-se de eventos esportivos internacionais para fazer proselitismo político não é uma invenção de governos petistas. Em 1970 quando a seleção de futebol se sagrou tricampeã mundial no México deu ao então governo de Emílio Garrastazu Médici,
O PT não fará isso, mas é difícil entender como uma cidade decadente e violenta como o Rio de Janeiro ganha o direito de sediar um evento esportivo como as Olimpíadas. Ainda mais concorrendo com cidades que são exemplos internacionais de segurança, trânsito organizado, planejamento urbano, estrutura hoteleira já definida e limpeza. Os cariocas, que estão em festa, devem estar se perguntando como isto pôde acontecer. Como uma das cidades mais violentas e sujas do mundo será sede de um evento como este? Mas a explicação é simples: japoneses e norte-americanos querem distância destes eventos.
Tiroteios intermináveis nas favelas acontecem quase todos os dias na Cidade Maravilhosa. A pobreza na Baixada Fluminense é de dar inveja a qualquer cidade africana. A explosão da violência no Rio de Janeiro faz Bagdá e Cabul no Afeganistão parecerem cidades dos contos de fada. Chacinas são fatos já aceitos como normais por grande parte da população carioca. O trânsito é um inferno. Os túneis que ligam as partes rica e pobre da antiga capital do país são disputados por quadrilhas organizadas que se revezam nos assaltos a turistas e transeuntes.
As autoridades brasileiras certamente nada falaram aos cartolas do COI sobre estes e outros problemas visivelmente encontrados em qualquer cidade do país. Por isso em
*É professor
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