quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Resposta do professor Nazareno ao texto do Zé Katraca:

“Quando se ouve um homem falar de seu amor por seu país, podem saber que ele espera ser pago por isto”. H. L. Mencken, jornalista norte-americano.

O senhor em sua coluna tenta atingir a minha dignidade, avança contra a minha pessoa com palavras de baixo calão e propõe apenas o que a Ditadura Militar e os fascistas tanto faziam: a censura e o meu silenciamento. Pede o meu afastamento desta cidade. Incita a população deste lugar contra mim por conta de um artigo que escrevi. Mas devia ter aprendido na Faculdade de Jornalismo, que o senhor deve ter feito, que todos temos o direito à Liberdade de Expressão. É, aliás, um direito constitucional. Pede ao Conselho de Educação que veja o meu posicionamento para me punir e solicita à Secretaria de Educação que me demita. Por quê? É porque não posso ter opinião? É porque não posso pensar? Respeito o seu ponto de vista, embora o senhor não queira aceitar o meu. Os bons rondonienses não deviam aceitar a carapuça que lhes jogo diariamente através de meus textos bobos. Por que o senhor não distribui tochas e capuzes para as pessoas me queimarem vivo numa fogueira? Pode ser uma fogueira acesa em praça pública mesmo, com espetáculo ao ar livre. Que tal na Praça das Caixas D’água?

O senhor pede ao sites e a toda a mídia de Rondônia que não publiquem os meus artigos. Pede simplesmente que me censurem. Não precisa senhor, em tempos de internet é uma burrice sem tamanho querer a censura, é anticonstitucional até. Tenho um Blog onde publico o que quero: http://blogdotionaza.blogspot.com/ Por que o senhor não o acessa? Crie também um blog e defenda o que o senhor quiser. Nunca implorei a ninguém para ler o que escrevo. Lêem porque querem. Apenas escrevo, pois sou professor de produção de textos. O senhor está agindo da mesma maneira que o psicólogo/radialista chamado Luís Augusto Guimarães, da Rádio Caiari, que também está me propondo a mesma coisa. Será que os jornalistas aqui de Rondônia são todos assim? Desconhecem a liberdade de expressão ou não são formados em boas faculdades de jornalismo?

Por que será que o senhor quer medir forças com quem não as tem? Por que se dirige a um humilde professor? Por que não importunou a jornalista Eliane Brum da Revista Época quando ela esteve em março passado aqui e “detonou” a sua amada Porto Velho? Teve medo da Rede Globo? Por que não se mete com Diogo Mainardi da Revista Veja ou com Arnaldo Jabor da mesma Rede Globo quando eles atacam o seu “brasilzinho” de nada? Se me expulsarem daqui como o senhor e os seus asseclas querem ainda assim nada vai mudar, pois somos muito acomodados enquanto cidadãos. Por que não atacou o Roberto Sobrinho quando ele doou ao Governo Federal duas das mais importantes avenidas de Porto Velho? Por que não atacou o DNIT quando ele isolou bairros inteiros da cidade com a desastrada duplicação da BR – 364 que matou um operário? A nossa cidade é um lixo sim, não sou cego. E digo isto por que moro aqui há 30 anos vindo da Vila de Calama (onde vou morar quando me aposentar) no baixo Madeira e onde trabalhei durante 05 anos alfabetizando muitos dos futuros cidadãos desta terra. Conhece? Não falo mal nem bem da Paraíba porque não vivo lá. Aquilo ali não me interessa. Nunca me interessou. A minha realidade é Rondônia queira o senhor ou não. Meus filhos e minha esposa são rondonienses, neta e bisnetos de Parintintins da margem direita do Madeira.

O senhor talvez não tenha percebido, pois acho que seria pedir demais, mas a minha produção textual se dirige contra o estupro do rio Madeira, contra os incêndios das nossas florestas. Contra os que disseram SIM a todo este desmando. Ou o senhor acha bonito “aquele espetáculo” que estão fazendo com o rio ali no Santo Antônio? E em Jirau? Já percebeu que as águas do Madeira entre Porto Velho e a sua São Carlos estão paradas no verão? O senhor, a exemplo de muitos outros rondonienses, se vendeu barato demais ao capitalismo e por isso investe contra os que querem denunciar todo este abuso. São muito piores do que a índia caiapó TUYRA do Xingu que não deixou (ainda) construírem barragens por lá. Sou favorável ao progresso sim, mas com ética, distribuição de renda e aumento do IDH. Por que em vez de monumentos suntuosos e absurdos não se criam com todo este dinheiro, universidades estaduais ou municipais? Por que não se criam centros de pesquisa afinados com a demanda do nosso mercado de trabalho? Por que, enfim, não se administra melhor esta cidade e este Estado? O senhor sabe o que é isso? As explosões nas hidrelétricas lhe apetecem? Dão-lhe prazer? A mortandade de peixes e o desaparecimento da Cachoeira do Teotônio lhe alegram?

Várias vezes o senhor me ameaça de morte em seu texto. E por isso quero tornar público às autoridades constituídas deste Estado e a todos os que interessar, que se algo acontecer a minha integridade física ou a de qualquer um de meus familiares, o responsável será o senhor. Sou professor um pouco conhecido nesta cidade. Trabalho numa escola da Rede Particular que há 05 anos é considerada pelo ENEM como a melhor escola do Estado. Leciono também na Escola João Bento da Costa que dispensa quaisquer comentários. O que o senhor já fez pelos alunos do JBC? Ensino todos eles a serem críticos, sim. Eles ganham até prêmios por isso. O senhor gostaria que eu lhes ensinasse a imitar fantoches desgastados do Sul maravilha? Quer que eu lhes ensine também a encher os botecos porto-velhenses aos domingos para torcer pelos times de futebol de fora? Sei que o senhor já deve ter feito muita coisa pelos seus pares, mas eu também já fiz e ainda faço. Procure se inteirar do meu trabalho antes de me atirar às feras, antes de me queimar vivo. Sou funcionário público federal e além de professor sou também jornalista formado em uma faculdade, por isso escrevo. Vá a Brasília me denunciar ao Lula e aos Ministérios. Tente criar uma espécie de CPI contra mim. Faça denúncias na Justiça de Rondônia contra mim e os meus textos. Processe-me, senhor! Mas saiba que eu nunca vendi nem comprei votos, nunca fui filmado tentando levar dinheiro de nenhum Governo, nunca protagonizei nenhum escândalo que manchasse o nome de Rondônia e que eu amo este Estado e esta cidade e por isso sonho em mudá-los um dia. Fazendo textos, claro, que é o que eu sei e gosto de fazer.


Professor José do Nazareno Silva

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