Democracia às avessas na Universidade do Taliban
Professor Nazareno*
Em 1985 com a eleição indireta de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral, a Ditadura Militar brasileira chegou oficialmente ao fim. Eram novos tempos aqueles. O mundo respirava ares de final de Guerra Fria. O muro de Berlim cairia pouco tempo depois, a União Soviética com o seu socialismo chegaria ao fim e as liberdades democráticas e de expressão passariam a ser coisas corriqueiras em quase todas as sociedades do mundo. No Brasil, três anos mais tarde, a nossa sociedade ganharia uma nova Constituição. Depois das Diretas Já e da Constituinte ganharíamos enfim a tão sonhada liberdade. Viveríamos num mundo de coelhinhos saltitantes e borboletas azuis.
Engano. Tudo parece que era de mentirinha. Mudaram-se muitas das opiniões políticas, é verdade. Os militares voltaram para os quartéis, o mundo e o meio ambiente ganharam novos defensores e as palavras de ordem agora eram liberdade e democracia. Só que grande parte da opinião pública que apoiara os regimes ditatoriais ficou escondida como o gato que espera a hora certa de dar o bote. E de vez em quando ela “coloca as suas mangas de fora”. Ataca em bandos como vespas assassinas, tenta impor a sua moral a todo custo e vibra com “a fumaça que emana dos campos de extermínio”. São os neonazistas a serviço da estupidez e do obscurantismo.
Recentemente esta moral torta e falsa veio à tona
Confesso que às vezes tenho medo de escrever artigos no meu Blog. Algumas reações fascistas me dão o receio de ser atacado em praça pública, de ser queimado vivo nas fogueiras da hipocrisia. E esta talvez seja a pior doença do mundo moderno: a hipocrisia. Uma sociedade que fala mal da Ditadura Militar, mas que a apoiou. Um povo que precisa de falsos líderes e os enaltece publicamente. Essa mesma opinião pública é muito perigosa, pois se houver uma reviravolta na nossa política ela será a primeira a dar apoio e condenar “os infiéis” à fogueira medieval da inquisição, pois se dizem cristãos, mas apenas agem como os muçulmanos fundamentalistas Talebans do Afeganistão.
*Leciona
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