Fica, Sarney!
Professor Nazareno*
Há uma campanha nacional em quase toda a mídia pedindo o afastamento ou a saída definitiva do ex-presidente Sarney do Senado. Uma injustiça, um descalabro, uma falta de reconhecimento da nação a este grande brasileiro. José Sarney é o presidente que “nunca governou tão mal tão bem” segundo o humorista Millor Fernandes. De tudo ele já foi um pouco e ocupou quase todos os cargos públicos da nação. Foi aliado de primeira hora dos militares, presidiu a Nova República, esteve com Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e hoje é protegido do Lula e amigo (de novo) do agora senador Collor. Embora seja do Maranhão (a África brasileira), muito dizem que é o contrário: o Maranhão é que é dele. E desde algum tempo, o Amapá também.
Político muito hábil e de qualidade camaleônica insuperável, a biografia deste maranhense não pode ser jogada no limbo da História. Ele é muito igual à maioria dos seus pares. Não está inventando nada nem cometendo qualquer pecado que desabone a sua conduta irreparável, segundo os padrões deste “brasil”. Então por que puni-lo? Por que execrá-lo publicamente? Ele é o político certo, pois representa, e muito bem, o povo que o colocou lá. E não adianta reclamar, já que todos os brasileiros também são amapaenses e maranhenses. Quem irá substituí-lo? Um político honesto? Um político que ouse trabalhar em benefício do povo? Um absurdo já que seria o contrário dos brasileiros, pois somos quase todos, corruptos, ladrões e desonestos.
Sarney é a cara do Brasil e por isso deve ficar. Mas admitindo a bobagem de tirá-lo do poder, ele poderia ser muito bem aproveitado em outros afazeres por este Brasil afora: poderia ser governador de Rondônia, por exemplo. Aqui ele não compraria votos a cem reais, mas a mil, dois mil, três mil reais. Melhoraria a economia local. Poderia ser Prefeito de Porto Velho e quem sabe daria continuidade ao rol de obras inacabadas? Como reitor da Unir, a falida Universidade Federal de Rondônia, talvez ele divulgasse editais de vestibular mais confiáveis e em tempo hábil. Não faria a comunidade de idiota e talvez até nem censurasse livros uma vez que quando foi Presidente do país comandou o fim definitivo da censura imposta pelos militares.
Já como Superintendente da Polícia Rodoviária Federal por estas bandas, “Sir Ney” não veria tantos Bin Laden nem células terroristas em meio a brasileiros honestos. Usaria a filosofia da diplomacia nacional, pois tem experiência nisto. E para não gerar crise institucional, também não usaria liminares caducas para justificar massacres nem tentava recriar “Corumbiara”. José Sarney em Rondônia seria um estadista. Infinitamente melhor do que muitos políticos locais. Por isso devemos defender a sua permanência. Além do mais é um dos únicos políticos que tem cara de hiena comendo carniça e não nos faria tanta vergonha, pois dizem que até Shopping Center particular ele tem. Ilha, todos conhecem: é Curupu no Maranhão. Por tudo isso: FICA, SARNEY!
*É professor na Escola João Bento da Costa
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