terça-feira, 28 de abril de 2009

QUANDO NÃO SE ENTENDE O QUE ESTÁ LENDO

Suamy V. Lacerda de Abreu
Professor de História

Quem acessou o blogdotionaza.blogspot.com, e viu a proporção que tomou a contenda criada pelo Artigo “Em Rondônia é assim mesmo...”, de 22 de março de 2009(domingo), com mais de 100 respostas contendo apoios e repúdios e, tiver o mínimo de equilíbrio, após ler alguns posicionamentos de alunos e populares terminará até pela falta de ver o ciclone que a turma do repúdio enxergou dando razão ao “tio Nazareno”. Isso se for considerado que em um estado democrático de direito é livre aos indivíduos a emissão de ponto de vista crítico ou não a respeito de qualquer assunto que lhe incomodar ou que for de interesse público. O que se viu foi um ataque desorganizado, atabalhoado contra o artigo do professor, alguns até duvidando de sua idoneidade moral ou da qualidade de seu trabalho, outros através da livre e espontânea pressão o convidando a retirar-se de Rondônia, enfim um conjunto de posicionamentos insensatos e que terminaram por levar os mais esclarecidos a concordar com o “errado Professor Nazareno” puramente por falta de opção. Talvez o professor não tenha escolhido o melhor jogo de palavras para organizar o artigo de forma que apresentasse a mesma situação sem que a mesma fosse entendida como agressão aos rondonienses. Cabe aqui deixar claro que: quando não se concorda com a tese de alguém, se organiza uma antítese fundamentada em valores contrários ou diferentes apresentando argumentos que contraponham a tese, de forma que se consiga ao menos convencer através de idéias o público alvo à qual foi destinada a tese, isso se considerarmos a premissa que “brigam as idéias não os seres humanos”. Hoje qualquer pessoa que tiver a coragem ou autenticidade para apresentar problemas (falar a verdade) é considerado doido, e foi exatamente isso que aconteceu com o tio Naza. O que a meninada está precisando é ler um pouco mais, mais concentração em leitura para que possam entender o espírito do texto, e de estudar muito para mudar essa realidade cultural brasileira de aceitar as coisas sem questionamento. É lógico que o professor que redigiu o artigo sempre deixou claro não gostar da idéia das usinas de energia, bem como possui ponto de vista formado a respeito dos rumos da cultura regional, de futebol, de religião e outros que inclusive são contrários ao de muita gente, porém realmente necessitamos discutir as questões que envolvem o estado, o município com equilíbrio e elegância, sob a luz da ética, sempre buscando alternativas e nunca convidando cidadãos a “juntar a bagagem” e mudarem-se de cidade ou estado, até porque isso nos tornaria realmente habitantes de um rincão inóspito, criando um problema grave de ter que na pior das hipóteses esvaziar o estado. Tudo indica que grande parte dos leitores, ou não leram o texto todo, ou foram induzidos por alguém a tomar posicionamento imediatista, ou são hipócritas, ou são oposicionistas de plantão ( e aí sim, temos um problema que é o fato de vivermos em meio a extremistas). É preciso com certeza separar o joio do trigo, e entender que parte do que o professor enfatizou foi para despertar nos rondonienses que vivam mais as coisas de sua região, ou seja, que mais ardorosamente demonstrem mais envolvimento com as coisas do estado. Talvez o professor não tenha alcançado seu objetivo, porém uma coisa é certa seu blog foi bem visitado. Amém.

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