terça-feira, 14 de abril de 2009

Célula-tronco confronta Obama e Igreja Católica

Cidade do Vaticano - O presidente dos EUA, Barack Obama, entrou em rota de colisão com o papa Bento XVI e com a Igreja Católica norte-americana ao suspender na segunda-feira as restrições ao uso de verbas federais para pesquisas com células-tronco embrionárias. Líderes do Vaticano e da Igreja nos EUA e na Itália criticaram a decisão. A medida assinada por Obama reverte e repudia as restrições adotadas por seu antecessor, George W. Bush, e permite que laboratórios de todo o país comecem a trabalhar com esse tipo de células-tronco, espécie de “manual de instruções” capaz de dar origem a qualquer tipo de tecido ou órgão. Os cientistas esperam que as pesquisas levem à cura de diversas doenças degenerativas, e dizem que as pesquisas com células embrionárias são mais promissoras, embora tenha havido recentes avanços no uso de células adultas. Já os grupos religiosos se opõem ao uso de embriões por considerar isso uma forma de aborto. Os defensores da prática dizem que os embriões usados, que sobram em clínicas de fertilização, seriam descartados de qualquer maneira. O cardeal Justin Rigali, presidente do comitê de atividades pró-vida da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, qualificou a decisão de Obama como “uma triste vitória da política sobre a ciência e a ética”. “Esta ação é moralmente errada porque encoraja a destruição de vida humana inocente, tratando seres humanos vulneráveis como meros produtos a serem colhidos”, acrescentou. Um artigo publicado ontem no jornal L’Osservatore Romano, porta-voz extraoficial do Vaticano, disse que “uma real democracia” deveria se fundamentar na proteção da dignidade humana em todas as fases da sua existência. Monsenhor Elio Sgreccia, importante especialista em bioética do Vaticano, disse à imprensa italiana que “o motivo para esta decisão deve ser visto sob a pressão dos lucros”.(Fonte: Gazeta do Povo)

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