terça-feira, 31 de março de 2009

As guerras do Brasil e os nossos “zeróis”

*Professor Nazareno


O Brasil decididamente não é bom de guerra. Nem nunca foi. Das poucas de que participamos, as lembranças não são muito boas. A partir da segunda metade do século dezenove, estivemos na Guerra do Paraguai, praticamente a última em que houve mobilização direta e efetiva de nossas tropas e da qual participamos com uma aliança com outros países vizinhos (Argentina e Uruguai) e já no século passado, participamos de outras duas quase que por acaso: a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Aventuras que em nenhum dos casos trouxeram, de fato, ganhos reais ou motivos de orgulho para a nossa nação.
Na Guerra do Paraguai a História parece que não foi contada de maneira correta. A figura central deste episódio foi o Duque de Caxias, Luís Alves de Lima e Silva, que hoje é o Patrono do nosso Exército. O que a História não conta é que o mesmo teria participado de um verdadeiro genocídio e fora um verdadeiro algoz participando do assassinato cruel de quase 90 por cento de toda a população masculina adulta do país vizinho. Esta guerra foi um episódio típico de como o Brasil serviu de ‘cupincha’ para os interesses do capitalismo britânico. E, para variar, lá estavam os brasileiros defendendo os interesses alheios.
Na Segunda Guerra Mundial, a História também mente de forma acintosa. Embora estivesse sendo comandado por uma ditadura de direita (o Estado novo getulista), o Brasil acabou participando da guerra, junto aos Aliados (junto às nações democráticas). O motivo foi que em Fevereiro de 1942, submarinos supostamente alemães (há quem jure que eram norte-americanos) iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico. Em apenas cinco dias, seis navios foram a pique. O detalhe é que Getúlio, o ditador de plantão, via o Nazismo com bons olhos (o filme Olga, é exemplo disto). E praticamente entrou forçado neste conflito mundial. Desta vez para agradar aos Estados Unidos.
O que não dá para entender é por que o Alto Comando de Hitler estaria incomodado com meia dúzia de ‘macacos e jecas’ se podia contar futuramente com o apoio deles em troca de umas poucas moedas? O detalhe é que as tropas brasileiras chegaram à Itália após o 06 de abril de 1944 quando as tropas aliadas já haviam desembarcado em solo europeu na costa da Normandia e começavam a impor revezes contra Hitler e sua camarilha. Então o que diabos os soldados brasileiros foram fazer na Europa se as coisas já estavam praticamente resolvidas? Ou seja, a participação tupiniquim na Segunda Guerra Mundial teve resultados nulos para a História.
Entre Setembro de 1944 e Maio de 1945, mais de 25 mil soldados e oficiais brasileiros combateram na Itália. Tais confrontos resultaram em 456 mortos e uns três mil feridos. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) capturou muitos soldados inimigos, oitenta canhões, 1.500 viaturas e quatro mil cavalos, saindo vitoriosa em oito batalhas. Tudo em vão, pois a História não mudaria o seu curso, como ficou provado mais tarde. Mas em troca do apoio brasileiro, Franklin Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos, financiou a construção de uma gigantesca siderúrgica, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), e desde então os americanos fincaram as garras em nossa economia para nunca mais sair daqui.
Como se pode vê, não somos muito bons de brigas nem de guerras. As nossas Forças Armadas não conseguem nem guarnecer as nossas vulneráveis fronteiras, que mais se parecem um queijo suíço, uma vez que drogas e armas entram e saem “a bel prazer” sem que nada seja feito. Recentemente, são os traficantes de drogas e bandidos comuns que estão levando de dentro dos nossos quartéis as armas que em tese serviriam para defender a sociedade brasileira que paga a maior carga de impostos do mundo. Se no plano interno a Segurança Nacional virou caso de polícia não é difícil imaginar a galhofa que seríamos se fôssemos comparados com as potências de verdade como os EUA, a Ex-URSS, França, Itália e Inglaterra...


*É professor na Escola João Bento da Costa em Porto Velho(profnazareno@hotmail.com

2 comentários:

  1. muito 10 os artigos do prof.nazareno....

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  2. Olha, credito que você tenha pegado um pouco pesado.
    As forças armadas, diante de ameaças tanto de extrema esquerda quanto de extrema direita, sempre entraram em ação. Isso é louvável pois já nos livrou de muita ditadura comunista e facista.
    Depois, acho que Getúlio e as FFAA nunca se deram muito bem, sendo assim, a decisão de ir ä guerra não coube só a ele, penso eu. Getúlio era assim ,meio LULA, na minha opinião, populista, e não iria apoiar regime ultra-nacionalista de um Alemão ditador, apesar de que era pró Hitler.
    Além disso, a luta contra o Paraguay não pode ser denominada como INJUSTA, pois o Solano Lopez sabia o que o esperava... concordo que foi ridículo eliminar a população masculina Paraguaia, mas você se esquece que a população masculina estava QUASE TODA na guerra, era inevitável. O maior erro do Brasil foi não ter anexado o Paraguai, isso teria minimizado a dor e o sofrimento.
    No geral, não há mocinhos e bandidos... como disse FRancisco Doratioto: "...para Solano López era a oportunidade de colocar seu país como potência regional e ter acesso ao mar pelo porto de Montevidéu..."
    E mais, ele nos atacou primeiro...
    Enfim, as FFAA são muito competentes. O maior problema desse país é o populis louco do Lula que foda com nosso Exército, Marinha e Aeronautica assim como com as forças complementares.

    Parabéns pelo Blog

    Um abraço

    Victor de Levy

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