terça-feira, 31 de março de 2009

As guerras do Brasil e os nossos “zeróis”

*Professor Nazareno


O Brasil decididamente não é bom de guerra. Nem nunca foi. Das poucas de que participamos, as lembranças não são muito boas. A partir da segunda metade do século dezenove, estivemos na Guerra do Paraguai, praticamente a última em que houve mobilização direta e efetiva de nossas tropas e da qual participamos com uma aliança com outros países vizinhos (Argentina e Uruguai) e já no século passado, participamos de outras duas quase que por acaso: a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Aventuras que em nenhum dos casos trouxeram, de fato, ganhos reais ou motivos de orgulho para a nossa nação.
Na Guerra do Paraguai a História parece que não foi contada de maneira correta. A figura central deste episódio foi o Duque de Caxias, Luís Alves de Lima e Silva, que hoje é o Patrono do nosso Exército. O que a História não conta é que o mesmo teria participado de um verdadeiro genocídio e fora um verdadeiro algoz participando do assassinato cruel de quase 90 por cento de toda a população masculina adulta do país vizinho. Esta guerra foi um episódio típico de como o Brasil serviu de ‘cupincha’ para os interesses do capitalismo britânico. E, para variar, lá estavam os brasileiros defendendo os interesses alheios.
Na Segunda Guerra Mundial, a História também mente de forma acintosa. Embora estivesse sendo comandado por uma ditadura de direita (o Estado novo getulista), o Brasil acabou participando da guerra, junto aos Aliados (junto às nações democráticas). O motivo foi que em Fevereiro de 1942, submarinos supostamente alemães (há quem jure que eram norte-americanos) iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico. Em apenas cinco dias, seis navios foram a pique. O detalhe é que Getúlio, o ditador de plantão, via o Nazismo com bons olhos (o filme Olga, é exemplo disto). E praticamente entrou forçado neste conflito mundial. Desta vez para agradar aos Estados Unidos.
O que não dá para entender é por que o Alto Comando de Hitler estaria incomodado com meia dúzia de ‘macacos e jecas’ se podia contar futuramente com o apoio deles em troca de umas poucas moedas? O detalhe é que as tropas brasileiras chegaram à Itália após o 06 de abril de 1944 quando as tropas aliadas já haviam desembarcado em solo europeu na costa da Normandia e começavam a impor revezes contra Hitler e sua camarilha. Então o que diabos os soldados brasileiros foram fazer na Europa se as coisas já estavam praticamente resolvidas? Ou seja, a participação tupiniquim na Segunda Guerra Mundial teve resultados nulos para a História.
Entre Setembro de 1944 e Maio de 1945, mais de 25 mil soldados e oficiais brasileiros combateram na Itália. Tais confrontos resultaram em 456 mortos e uns três mil feridos. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) capturou muitos soldados inimigos, oitenta canhões, 1.500 viaturas e quatro mil cavalos, saindo vitoriosa em oito batalhas. Tudo em vão, pois a História não mudaria o seu curso, como ficou provado mais tarde. Mas em troca do apoio brasileiro, Franklin Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos, financiou a construção de uma gigantesca siderúrgica, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), e desde então os americanos fincaram as garras em nossa economia para nunca mais sair daqui.
Como se pode vê, não somos muito bons de brigas nem de guerras. As nossas Forças Armadas não conseguem nem guarnecer as nossas vulneráveis fronteiras, que mais se parecem um queijo suíço, uma vez que drogas e armas entram e saem “a bel prazer” sem que nada seja feito. Recentemente, são os traficantes de drogas e bandidos comuns que estão levando de dentro dos nossos quartéis as armas que em tese serviriam para defender a sociedade brasileira que paga a maior carga de impostos do mundo. Se no plano interno a Segurança Nacional virou caso de polícia não é difícil imaginar a galhofa que seríamos se fôssemos comparados com as potências de verdade como os EUA, a Ex-URSS, França, Itália e Inglaterra...


*É professor na Escola João Bento da Costa em Porto Velho(profnazareno@hotmail.com

domingo, 22 de março de 2009

Em Rondônia é assim mesmo...

* Professor Nazareno

Claro que Rondônia não é o fim do mundo. Mas tem coisas que lembram. Se um turista desavisado tivesse a coragem de andar por este pedaço de Brasil necessitaria entender algumas peculiaridades locais. Qual a localidade deste imenso país que não tem a sua festa do santo padroeiro? Porto Velho tem o santo padroeiro (santa, Nossa Senhora Auxiliadora cujo dia é 24 de maio) mas não tem a festa, não é incrível? Festa mesmo só a Flor do Maracujá que é realizada em junho sem homenagear absolutamente a ninguém. Nem maracujá se produz neste solo provinciano... Mas os absurdos não param por aí. A nossa Semana Santa é comemorada no final de maio ou mesmo em junho sem maiores explicações e com direito até a espetáculos ao ar livre e gordo patrocínio do PT. Neste pedaço de Brasil, prostituta se apaixona pelo cliente, traficante de droga se vicia e professor de História tem religião. Se brincar, professor de Português não saberá escrever um texto e ainda terá problemas com a gramática normativa...
De futebol, o portovelhense gosta. Mas só torce pelos times do sul do país. Genus (sem acento mesmo) e Shallon são alguns representantes da capital no torneio estadual da modalidade. Quem não se sentiria ridículo torcendo por equipes com estes nomes esquisitos? Mas não tem problemas, o futebol de Porto Velho assim como seus “esquadrões” são totalmente descartáveis: só duram um ano aproximadamente e por isto não precisam de torcida nem de torcedores. É quase tudo lavagem de dinheiro mesmo. No próximo campeonato existirão outras equipes com outros nomes não menos estranhos que representarão qualquer quitanda ou taberna da capital. E os habitantes locais, feito cururus, ainda têm o topete de torcer pelos times dos sul do país... eles próprios são os primeiros a Avacalhar o falido futebol local. Coitados: vivem de um passado que nem glória tem. Moto Clube, Ferroviário, Flamengo, Botafogo, Ipiranga, etc etc. Quanta criatividade...
No lado cultural o festival de bizarrices chega até a ser folclórico. Sem dominar uma única palavra do Inglês, grande parte dos comerciantes locais exagera no S’ (apóstrofe) e em muitos casos chegam até a nomear seus estabelecimentos no próprio idioma de Shakespeare. Há até uma linha de ônibus com o pomposo nome de Presidente Roosevelt mesmo que não exista nenhuma rua, praça ou bairro com este nome. Durma-se com um absurdo destes. A sigla do Estado é Ro. Assim consta em todos os mapas, compêndios, livros e atlas. Mas a Companhia de Água e Esgotos do estado que não consegue abastecer seus clientes com água, tem o nome Caerd. Insinuando que a sigla do estado é Rd. Com a única universidade pública local, a Unir, acontece a mesmíssima coisa. Pior é a Fundação Rio-Mar, ligada à Unir. Ou seja, Fundação Rio – Madeira. Por que “Mar”? será que os sábios desta (a) fundação acham que a sigla de Madeira é mar? Rio-Mar é um apelido do rio Amazonas e este nome poderia muito bem figurar em alguma instituição lá no nosso vizinho estado.
Políticos ladrões e corruptos é o que não falta por aqui (por isso acreditar-se que também seja parte integrante do Brasil). Quase os cem por cento dos rondonienses foram favoráveis às construções das hidrelétricas na calha do rio Madeira. Nem se preocuparam com os desastres ambientais que poderiam ser causados. Talvez seja por isto que quase não exista rondoniense nativo defensor do meio ambiente. Os poucos que defendem, são de fora. E nem ligaram para o fato de que a energia gerada não ficará por aqui, entusiasmados e ludibriados que estão pelo pseudo-desenvolvimento que prometeram. Cara de um rondoniense dentro de um Shopping Center é a coisa mais fantástica do mundo, mesmo caindo forro de gesso em suas cabeças, os caipiras locais ficam rindo como hienas comendo carniça. Rondoniense parece mesmo é gostar de miçangas, espelhos e quinquilharias... E gostam também de dar os melhores empregos para os que vêm de fora.
Com apenas meia duzia de vôos para dentro do próprio Brasil, o aeroporto local tem o pomposo nome de Internacional. O módulo hora-aula nas escolas públicas é de um hora (único no país) e os deputados estaduais legislam em cima do calendário letivo do Estado como se não tivessem nada mais a fazer. E parece que não têm mesmo. Por pura incompetência e falta de projetos, devolveram nos últimos dois anos a bagatela de 60 milhões de reais para o Executivo estadual. Dinheiro que poderia ter sido empregado na área da saúde, saneamento básico ou outra área qualquer. Para grande parte dos rondonienses, desenvolvimento são passarelas que caem e matam gente, shoppings centers que desabam o forro, edifícios mal estruturados e hidrelétricas que provocam desastres ambientais e têm pesadas multas do Ministério do Trabalho em seus canteiros de obras. E o que é pior: muitos beiradeiros locais não querem que ninguém fale nada disto. Pobre Rondônia...

* É professor na escola João Bento da Costa em Porto Velho - profnazareno@hotmail.com

Língua Portuguesa no Ensino Médio

O Ensino da Língua Portuguesa ao longo do Ensino Médio prepara o aluno para o Ensino Superior e Mercado de Trabalho????????
O concluinte do ensino médio que ingressa na faculdade, na maioria dos casos, terá em algum ano do curso superior – geralmente o primeiro – a disciplina Português Instrumental ou qualquer outra relacionada à língua portuguesa; isso o faz se deparar com conteúdos que não aprendeu ao longo do Ensino Fundamental e Médio, o que, muitas vezes, impede a compreensão dos conteúdos do curso, principalmente quando esse aluno é proveniente do ensino público. Não é viável, nos últimos anos do ensino médio, o professor passar conteúdos que não serão cobrados pela sociedade em um futuro imediato. É necessário traçar um plano de ensino conveniente às necessidades exigidas pela sociedade. Pensando nisso, devemos visar a elaboração de um plano para os últimos anos de ensino médio que torne o estudante proficiente em sua língua materna.

Não é necessário fazer o aluno destrinchar a gramática, é preciso que o professor busque aquilo que ele – aluno - realmente usará da nossa língua na prática e parar de seguir um livro didático que, percebe-se nem o professor entende o que está passando e o pior,nem procura saber. Levando-se em consideração que gramática é um conjunto de regras de uma língua, pode-se concluir que não aprendendo tais regras, não se domina a língua, mas que se torna maçante nas aulas de português é que os pontos gramaticais são “despejados” para os alunos por meio de teorias sem ser especificado para quais fins aquilo lhe será útil. O estudante de ensino médio já está exausto de ver tanta gramática ao longo do ensino fundamental e precisa ter nos últimos anos do ensino básico explicações sobre a língua que lhe sejam úteis fora da escola.

O professor deve analisar o conteúdo que tem em mãos e verificar sua utilidade antes de passá-los para os alunos. Vale ressaltar que o trabalho deve estar baseado numa proposta para que o aluno saiba usar os elementos da língua portuguesa não só na escola, mas também em qualquer lugar que lhe for exigido através da escrita e da fala. É preciso entender gramática como parte integrante da língua envolvida num conhecimento lingüístico dos usuários. Partindo desse conceito, a gramática deixa de ser apenas um conjunto de regras prescritivas e normativas. O ensino é contextualizado pelas necessidades do aprendiz e do professor e pressupõe,
portanto, uma ligação constante entre ambos e o objeto a ser estudado. Entre os pressupostos dentro do ensino-aprendizagem da língua portuguesa, o ideal seria que, segundo Freire:

“... as professoras e professores (...) tivessem uma formação ideológica menos elitista e mais próxima dos interesses populares, poderiam, com facilidade, ensinar a sintaxe dominante.”; o ilustre professor propõe “... que o ensino da sintaxe dominante parta do reconhecimento da validade da sintaxe popular." ; com isso, tem-se um aluno mais envolvido no aprendizado, já que o mesmo se sentirá mais familiarizado com o assunto, não terá medo de aprender.

Atualmente, a maioria dos jovens não se preocupam com a estrutura da língua, de como usá-la a seu favor e de como aplicá-la corretamente isso se dá, talvez, pelo desleixo que a educação sofre e ,um reflexo está nas produções de texto,pois o aluno chega ao terceiro ano sem a mínima noção do que é coerência. Deve ser o professor quem guiará e mostrará a importância da aprendizagem da estrutura da língua portuguesa, das regras gramaticais, mostrando a importância de tal aprendizado, o que tornará o aluno conscientizado e preparado. O aluno começará a ter essa consciência, a partir de várias demonstrações práticas, viáveis e funcionais no uso da língua portuguesa. O estudante do ensino médio terá pela frente uma vida social mais ativa, no campo profissional, por exemplo, que exigirá dele esse conhecimento, precisará se valer do padrão da língua para utilizar a fala e a escrita mais adequada aos ambientes onde atua e ter sucesso. Marcuschi (1998, apud BASTOS, p. 117) nos mostra, no trecho a seguir, o quão influente é o poder da escrita:
"A escrita é tanto uma forma de ‘domínio da realidade’ no sentido de apreensão do saber e da cultura, como é também uma forma de ‘dominação social’ enquanto propriedade de poucos e imposição de um saber oficial subordinador. É evidente que o ideal seria que todos se apropriassem desse instrumento, mas não temos sociedades plenamente alfabetizadas, com domínio da escrita, e simgrupos de letrados com ponderáveis parcelas de poder nas mãos.”
Assim, o professor deve conscientizar o aluno, por meio de fatos, sobre a importância de conhecer a norma culta ou padrão da língua portuguesa através do incentivo à produção,pois sem treino sabemos que isso é impossível. "

Dentre as gramáticas existentes, as que mais se destacam são: a gramática normativa e a gramática descritiva. Uma é o inverso da outra, e cada uma possui sua importância. É necessário saber dosar ambas, para não cair numa metodologia rotineira que priorize somente uma delas e não leve o aluno a lugar algum. Percebe-se um embate ferrenho entre os gramáticos tradicionais e os linguistas modernos, cada um tem sua concepção em relação à língua. Bagno, linguista moderno, sobre os gramáticos discorre:

"Do acervo literário que selecionam, eles pinçam somente as ocorrências que corroboram sua própria visão tradicional do que é ‘certo’ e ‘recomendável’ (...). Não importa se um mesmo grande escritor, se um mesmo clássico, usou 3 vezes uma forma ‘certa’ e 30 vezes uma forma ‘errada’. Somente as ocorrências que o gramático, de antemão, classifica de certas é que serão estampadas em sua obra como modelos, como ideal perfeição idiomática, como ‘norma culta’” (2007, p. 162).
Ou seja, posiciona-se claramente contra uma gramática prescritiva e diz, ainda, que tais defensores dessa gramática só utilizam trechos literários de um certo autor que corresponda à sua visão, logo, podemos entender que, segundo Bagno, até mesmo os gramáticos tradicionais caem na contradição daquilo que pensam, pois se usou aquele ou este autor como exemplo de utilização da norma culta, esse autor deveria ser fiel à tal formalidade em toda sua obra, o que não acontece, segundo o linguista. Só que os mesmos linguistas defensores da gramática descritiva, de uma liberdade de escrita e de fala, em seus livros usam corretamente a escrita, as regras gramaticais, palavras difíceis como “compêndio”, “ínfimo”, entre outras; sendo assim, como um indivíduo com conhecimentos gramaticais e lexicais limitados poderá se identificar com uma obra que, a princípio, defende uma língua “livre”? Seu entendimento ocorrerá, provavelmente, com alguém mais estudado lhe orientando e um bom dicionário do lado. Por uma visão mais rigorosa temos Napoleão Mendes, gramático tradicional, dizendo que:
"O professor deve ser guia seguro, muito senhor da língua; se outra for aorientação de ensino, vamos cair na língua brasileira;refúgio nefasto e confissão nojenta de ignorância do idioma pátrio, recurso vergonhoso de homens de cultura falsa e de falso patriotismo. Conhecer a língua não é privilégio de gramáticos,senão dever do povo brasileiro que preza sua nacionalidade. (...) Saber escrever a própria língua faz parte dos deveres cívicos...” (1982, p. 07).

Esse é um trecho retirado de sua “Gramática Metódica da Língua Portuguesa”, no qual fica explícita sua posição sobre como o povo se comporta diante da língua brasileira e qual seria o rumo correto. Quando cita “... vamos cair na língua brasileira, refúgio nefasto e confissão nojenta de ignorância...” quer dizer que o português brasileiro é uma decepção. Mas não dá para entender porque então fez uma gramática para brasileiros e não para portugueses, não vemos em sua obra o uso do “p” e “c” mudos como no português pátrio que tanto exalta.

A escola, mais restritamente o professor de língua materna, tem a responsabilidade de levar até o educando novos conceitos e idealizações que serão internalizados, pois é o aluno que vai construir sua competência para poder expor suas variações linguísticas. O estudante ;"não deve decorar o que é gramática, pois não é esse o objetivo, a escola não está formando filólogos ou gramáticos, está formando cidadãos que devem saber usar os recursos da língua. É preciso que os alunos tenham um contato íntimo com a gramática, não importa se normativa, prescritiva, internalizada. Entendendo que ela será seu instrumento de aquisição de uma linguagem reflexiva e intercomunicativa tanto na fala quanto
na escrita.

Podem-se destacar alguns preceitos que envolvem a produção de texto, como os “mandamentos da redação”. Os tipos textuais: Descrição, Narração e Dissertação e, dentro deles, os gêneros textuais, os textos verbais e não-verbais,figuras, funções e alguns vícios de linguagem,gerúndio e gerundismo, morfologia,classes gramaticais, concordância: nominal, verbal e ideológica; e
regência: nominal e verbal, sintaxe,sintagmas, uso da crase, pontuação, dando ênfase ao emprego da vírgula entre e no interior das orações, acentuação gráfica e ortografia. Todos os itens relacionados serão divididos em partes teóricas e práticas, para que haja uma relação entre o conhecimento e sua utilização dentro e fora da escola.Professor de Língua portuguesa deve sabê-la usar para repassar aos seus alunos de maneira criativa e levá-los a escrever com maisdeterminação,criatividade e coerência .

Hoje, encontramos alunos e professores em uma rotina de interpretações de textos sem um fim específico ou analisando frases soltas, também sem um objetivo extraclasse."É na PRODUÇÃO que tudo se verifica e nessas produções estão o resultado do trabalho de professorde Língua Portuguesa. Como disse Bechara (2006, p.14):

"Hoje, por um exagero de interpretação de ‘liberdade’ e por um equívoco em supor que uma língua ou uma modalidade é ‘imposta’ ao homem, chega-se ao abuso inverso de repudiar qualquer outra língua funcional, que não seja aquela coloquial, de uso espontâneo na comunicação cotidiana.”
Assim, não adianta dar vazão apenas à liberdade de interpretações e esquecer as
regras básicas. O professor tem de orientar dentro de sala, não deixando suas aulas cansativas e proporcionando ao aluno maior entendimento textual e não apenas repassando como correção as respostas do livro.Deve trabalhar leitura e escritamais dinâmicas, o aperfeiçoamento do vocabulário e desenvolvimento gramatical através da produção de textos.É comum encontrar, hoje, nos cursos superiores, além de Letras e afins, das diversas universidades e faculdades do país, disciplinas relacionadas ao ensino do português, um português instrumental, que tem por base pontos gramaticais específicos. Tal medida é necessária, pois é lamentável ver médicos, engenheiros, professores, publicitários, contadores, escrevendo relatórios, e-mails, artigos, livros, bilhete, enfim, enunciados diversos, de maneira incorreta. Isso é bem ilustrado por Ghiraldelo (2006, p. 07):

“A inclusão de disciplinas com tal teor no currículo de diversos cursos deve-se,
basicamente, a dois motivos. Um deles é o desempenho do aluno na língua materna, que hoje ingressa na universidade, não ser como os docentes desses cursos gostariam – ou desejariam. A inclusão de tais disciplinas é vista, muitas vezes, como maneira de ‘corrigir’ as supostas falhas do Ensino Médio e Fundamental. A outra razão é a expectativa de que tais disciplinas possam desenvolver no aluno habilidades consideradas necessárias para o seu desempenho durante a graduação e, quando diplomado, o exercício profissional. Essas disciplinas teriam, então, a função de ‘reparar’ o conhecimento do aluno e ao mesmo tempo, o de prepará-lo para o futuro profissional.”
Essa proposta para os cursos superiores contribui para o desenvolvimento intelectual e de compreensão em vários aspectos de uma determinada área. Em um curso de matemática, por exemplo, no início, muitos alunos reclamam das aulas de português, já que a disciplina não será seu ramo, mas, com o passar dos semestres, esses mesmos alunos terão uma compreensão melhor de como entender e desenvolver enunciados e teorias; de que adianta passar uma fórmula gigantesca se sua explicação é duvidosa, mal escrita ou dá margem a outras interpretações?

Um aspecto que limita o desenvolvimento das disciplinas de língua portuguesa é em relação ao tempo que deveria ser usado apenas como preparação, como lapidação do indivíduo, não como reparação e até mesmo, em muitos casos, como ensinamento de termos básicos que não competiria, inicialmente, ao professor de Ensino Superior. Por isso, enfatiza-se, aqui, uma qualificação e aprimoramento no ensino da língua portuguesa ao longo do EnsinoMédio para transmitir ao aluno conceitos fundamentais e ajudar o professor de faculdade a utilizar seu tempo de aula com mais eficácia e especificidade do curso em que leciona.
O Ensino Médio deve ser visto pelo professor de português como tempo disponível para capacitar alunos na escrita e na fala e,não meras regras com conceitos não contextualizados, proporcionando-lhes o conhecimento de pontos gramaticais úteis e praticáveis, de fato, em toda sociedade e o ensinamento dos demais recursos da língua portuguesa, visando sempre aos temas de utilidade cotidiana do aluno ao terminar seu ciclo escolar, seja no trabalho, em um curso superior, em um curso técnico ou em qualquer situação que exija dele um conhecimento mais detalhado e formal da língua portuguesa.

Mas uma pergunta fica para reflexão: Como exigir de nossos alunos produções de texto com o mínimo de coerência se o nosso professor de Letras aqui em Porto Velho entra na Universidade com "apenas" 19 ou 20 pontos em um universo de 80 questões mais a produção de texto??????

Referências Bibliográficas

ALBUQUERQUE, Elaine Borges de. Mudanças Didáticas e Pedagógicas da Língua Portuguesa: apropriações de professores. São Paulo: Autêntica, 2002.
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática Metódica da Língua Portuguesa. São Paulo: Ática, 1982.
BAGNO, Marcos. Dramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Loyola, 2000. - A Norma Oculta. São Paulo: Parábola, 2007.
BECHARA, Evanildo. Gramática Escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
-Ensino da Gramática. Opressão?Liberdade?. São Paulo: Ática, 2006.
DIAS, Davi de Camargo, HERRERA, Ana Maria Soares e MAZZAROTTO, Luiz Fernando. Manual de Redação: guia prático da língua portuguesa. São Paulo: Difusão Cultural do Livro, 2005.
FARACO, Carlos Emílio e MOURA, Francisco Marto. Língua e Literatura. (vol. 2). São Paulo: Ática, 2000.
FRANCHI, Carlos. Mas o que é mesmo “Gramática”?. São Paulo: Parábola, 2006.
FREIRE, Paulo. Entrevista à Revista Presença Pedagógica. Jan./1995.
GHIRALDELO, Claudete Moreno. Língua Portuguesa no Ensino Superior: experiências e reflexões. São Paulo: Claraluz, 2006.

sábado, 21 de março de 2009

21/03/2009

Você sabe por que hoje é Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial?
Essa data é uma lembrança aos mortos no massacre de Shaperville, África do Sul. Em 1960, na cidade de Joanesburgo, 20 mil negros estavam protestando contra a lei do passe, que obrigava as pessoas a andarem com cartões de identificação, que estabeleciam locais por onde elas podiam ou não passar. Apesar de pacífica, a manifestação teve um fim trágico: a polícia atirou na multidão e deixou 69 mortos e 186 feridos. A data, criada pela ONU, pela Resolução nº 2.506, de 21/11/1969, foi aprovada pela Assembléia Geral

sábado, 14 de março de 2009


ANDRESSA, na data de ontem você se foi,de uma forma triste e sem sentido e a EEEFM Prof João Bento da Costa - seus professores, seus amigos - estão em luto por você.Num momento de homenagem ocorrido na escola a professora Sonia Santos disse "Para mim os alunos não passam , eles ficam " e leu sua última redação na qual você disse: "A leitura é uma grande chave de conhecimento,pois ajuda não somente a escrever bem mas a falar melhor.As pessoas que começam a ler quando criança não passam por tantas dificuldades na fase adulta.O mundo atual busca pessoas capacitadas,pois quem passa em uma faculdade são aqueles que lêem."
Portanto,aqui fica registrado a nossa homenagem a você e a suas últimas palavras escritas acima como um incentivo a seus amigos e esperamos que como disse Luis Fernando Veríssimo a todos os jovens "Não deixe que a saudade os sufoque, que a rotina acomode,que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque embora quem morra esteja vivo em nossos corações, quem quase vive já morreu.
"Você está nos braços de Deus agora! Fique em paz!!!